Extrativistas do Amapá suspendem exportação de 1,5 tonelada de açaí para os EUA após tarifaço de Trump

  • 27/07/2025
(Foto: Reprodução)
'Tarifaço' dos EUA afeta exportação do açaí no Amapá A maior cooperativa de extrativistas de açaí do Amapá anunciou esta semana o cancelamento da exportação de 1,5 tonelada do produto para os Estados Unidos (EUA), o que corresponde a um prejuízo R$ 480 mil. Segundo a Amazonbai, os extrativistas estão sendo afetados pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA Donald Trump sobre produtos brasileiros. A cooperativa enviava aos EUA o açaí em duas formas: como polpa congelada e processada e o liofilizado, que é o produto em pó. De acordo com dados do grupo de produtores, a polpa é exportada no valor de US$ 5 o quilo, o que equivale a R$ 27,69. O açaí em pó chega a US$ 60 o quilo, ou seja, cerca de R$ 332,25. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 AP no Whatsapp O envio de uma remessa de açaí em pó foi interrompido no mês de julho para os EUA, por conta da medida. A cooperativa conta com 151 extrativistas no arquipélago do Bailique, distrito de Macapá (AP), e na região da chamada "beira Amazonas". Derivado de açaí produzido na AmazonBai Jorge Júnior/Rede Amazônica Amiraldo Picanço, presidente da Amazonbai, explicou que açaí em pó passou a ser exportado em novembro de 2024, com uma alta demanda. ''A poupa nós iniciamos em 2023. Foi o primeiro ensaio de exportação e intensificamos no ano passado, principalmente com o açaí liofilizado, que você precisa trabalhar de uma forma bem organizada com esse produto", disse. Açaí em pó, produzido pela Amazonbai, no Amapá Amazonbai/Divulgação Quatro remessas do produto foram enviadas desde então. A próxima remessa estava programada para este mês de julho, mas não chegou a ser realizada. A empresa deixou de enviar remessa para o mercado exterior devido ao alto valor da tarifa e agora busca por outros países parceiros, para que os negócios possam continuar. Com o novo valor, a competitividade de mercado acaba diminuindo. "Estamos chegando no final da safra do açaí do Amapá. No momento, é aguardar um posicionamento do governo brasileiro e fazer os estoques necessários, buscar mercados alternativos, principalmente mercado europeu, do norte da África e o mercado asiático [.] É o momento de intensificar os diálogos com os mercados alternativos pra gente não ficar dependendo do mercado norte-americano", concluiu o presidente. Amiraldo Picanço é o presidente da Cooperativa Amazonbai Rafael Aleixo/g1 Teles Jr, vice-governador do estado do Amapá, explicou que comércio dos EUA é amplo no Brasil. Ele relembrou países que já passaram pelo tarifaço e destacou que é necessária a busca por novas alianças de negócios. "A gente tem que ficar atento a esses problemas porque se nós formos aplicar reciprocidade, pode encarecer aquilo que é importado dos Estados Unidos no Brasil. Nós compramos mais de lá do que vendemos pra lá. Temos muitas coisas que no nosso dia a dia podem ser impactadas, se eventualmente o país for taxar as importações de lá pra cá. O Brasil precisa buscar aliados, é bom lembrar que no início do ano a China passou por um tarifaço, o Canadá e a União Europeia, e tudo foi se solucionando", contou Teles. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao ano de 2024, mostram que o açaí é um dos principais elementos para a movimentação da economia no estado do Amapá. Extrativista Simone Lobato Calandrini - Cooperativa Amazonbai, no Amapá Rafael Aleixo/g1 Do fruto, foram produzidas 22 mil toneladas, com 1.760 hectares de área plantada, totalizando em R$ 65 milhões. O principal produto de consumo dos amapaenses é o açaí gerado a partir do extrativismo, que gera em torno de 500 toneladas. Sobre o tarifaço No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA. A medida foi justificada com argumentos políticos e comerciais. Trump disse que a tarifa foi aplicada em países cujo relacionamento com os EUA 'não tem sido bom'. "Em alguns casos, é 50% porque o relacionamento não tem sido bom com esses países. Então apenas dissemos: ‘vão pagar 50’. E é isso", justificou o presidente nesta quinta-feira (24) em um evento em Washington D.C. Uma lista com os países quais serão cobradas as tarifas foi divulgada nas redes sociais de Trump. Que segundo ele, vão passar a funcionar a partir do dia 1º de agosto. LEIA TAMBÉM: Lula ignorado por Trump? Entenda a dificuldade do governo para negociar tarifaço com os EUA Tarifaço de Trump coloca em risco 77 mil toneladas de frutas brasileiras que aguardam exportação para os EUA Cooperativa de ribeirinhos do AP se prepara para exportar 10 toneladas de açaí em pó para os EUA O Brasil aparece com a maior porcentagem (50%), seguido de Mianmar (40%), Laos (40%), Camboja (36%) e Tailândia (36%). O presidente Lula disse na última segunda-feira (21) que não considera a medida estabelecida como uma 'guerra comercial' com o país estrangeiro e alegou tranquilidade. "Nós não estamos numa guerra tarifária. Guerra tarifária vai começar na hora que eu der resposta ao Trump, se ele não mudar de opinião", disse o presidente após participar no Chile de encontro sobre a democracia. 'Tarifaço' dos EUA afeta exportação do açaí no Amapá Veja o plantão de últimas notícias do g1 Amapá VÍDEOS com as notícias do Amapá:

FONTE: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2025/07/27/extrativistas-do-amapa-suspendem-exportacao-de-15-tonelada-de-acai-para-os-eua-apos-tarifaco-de-trump.ghtml


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