Facções criminosas atuam em 62% das cidades do Amapá, revela estudo do FBSP; VEJA MAPA

  • 19/11/2025
(Foto: Reprodução)
Presença de facções cresce e chega a 45% das cidades da Amazônia O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou nesta quarta-feira (19) um levantamento que mostra o avanço da violência na Amazônia Legal e coloca o Amapá como um dos estados mais afetados. Segundo o estudo, facções criminosas atuam em 62,5% dos municípios amapaenses, incluindo Macapá, Santana e Calçoene, que concentram os maiores índices de homicídios. O relatório aponta que a posição geográfica do estado, próxima a fronteiras internacionais e cortada por rotas estratégicas como a BR-156, facilita o tráfico de drogas, contrabando e outros crimes transfronteiriços. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 AP no WhatsApp Em 2024, o Amapá registrou 45,1 mortes violentas por 100 mil habitantes, mesmo após uma queda de 30,6% em relação ao ano anterior. Apesar da redução, o estado continua entre os mais violentos do país. Macapá e Santana, que juntas concentram 75% da população, responderam por quase 80% das mortes violentas. Já Calçoene aparece como corredor do tráfico, sendo disputada por facções locais e nacionais. O estudo mostra que o Comando Vermelho domina parte do território amapaense e está presente em 202 cidades da Amazônia Legal. O Primeiro Comando da Capital (PCC) atua em 90 municípios da região. Além deles, facções locais como a Família Terror do Amapá (FTA) e a União Criminosa do Amapá (UCA) ampliam o controle sobre rotas de tráfico e atividades ilegais. O FBSP considerou as taxas de mortes violentas intencionais dos últimos três anos para analisar as taxas a cada grupo de 100 mil habitantes. Os números indicaram os seguintes municípios com maiores taxas: Esta é a 4ª edição do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, que conta com parceria do Instituto Clima e Sociedade, do Instituto Itausa, do Instituto Mãe Crioula e do Laboratório Interpretativo Laiv. Motivações para a violência nessas cidades Segundo o estudo, as situações das cidades no AP são as seguintes: Calçoene (AP): é atravessada pela BR-156, que liga Macapá ao Oiapoque. Estrada é usada como corredor estratégico para o tráfico de drogas; Santana e Macapá (AP): municípios concentram cerca de 75% da população do Amapá e 79% das mortes violentas intencionais do estado. São complementares: Macapá é capital e centro administrativo, já Santana, é uma cidade portuária e logística. Segundo FBSP, a localização "facilita o crime transfronteiriço", incluindo o tráfico de drogas, de pessoas e ilícitos ambientais. LEIA MAIS SOBRE O ESTUDO: Presença de facções cresce e chega a quase metade das cidades da Amazônia Legal, diz Fórum; VEJA MAPA Veja as 20 cidades mais violentas da Amazônia Legal, segundo Fórum de Segurança Pública Estupros crescem na Amazônia, e facções submetem mulheres a normas de comportamento, diz Fórum Brasileiro de Segurança Pública Presença de facções cresce e chega a quase metade da Amazônia O estudo também mostra que a presença de facções criminosas cresceu e chegou a 45% dos municípios que compõem a Amazônia Legal. São 772 cidades na região, das quais 344 apresentaram alguma evidência da presença de facções, de acordo com o levantamento. O aumento é de 32,3% em relação ao ano passado, quando o Fórum identificava 260 cidades com facções. Veja no mapa abaixo. O aumento da presença de facções na região é de 93% em comparação a 2023, quando o número era de 178 municípios (23% do total). Para o FBSP, o crescimento está diretamente ligado ao controle das rotas de tráfico de drogas na região. Crimes locais, entre eles o garimpo ilegal, também contribuíram para a expansão dos grupos criminosos (leia mais abaixo). Quantas e quais são as facções São 17 grupos diferentes identificados pelos pesquisadores, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de grupos locais e até internacionais, como o Tren de Araguá, da Venezuela, e a ex-Farc, da Colômbia. Segundo o estudo, o CV tem influência em 83% do total de cidades com presença de facções, chegando a 286 cidades -- seja de forma hegemônica ou em disputa com outros grupos criminosos. Originário do Rio de Janeiro, o CV domina o crime organizado em 202 cidades, enquanto disputa a hegemonia com rivais em outros 84, de acordo com dados do Fórum. Houve crescimento de 123% de sua presença na Amazônia desde 2023, quando estava em 128 cidades. O Primeiro Comando da Capital (PCC) está em 90 municípios, com controle da criminalidade em 31 e disputando o domínio em outros 59. A facção teve leve oscilação na presença registrada há dois anos, quando aparecia em 93 cidades. LEIA TAMBÉM: Suspeitos são presos em operação contra grupos políticos ligados a facções no Amapá Jovem de 25 anos morre após levar facada em via pública de Calçoene Operação mira organizações criminosas que atuam na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa As 17 facções que foram identificadas na Amazônia: Comando Vermelho (CV); Primeiro Comando da Capital (PCC); Amigos do Estado (ADE); Bonde dos 40 (B40); Primeiro Comando do Maranhão (PCM); Família Terror do Amapá (FTA); União Criminosa do Amapá (UCA); Comando Classe A (CCA); Bonde dos 13 (B13); Bonde dos 777 (dissidência do CV); Tropa do Castelar; Piratas do Solimões; Bonde do Maluco (BDM); Guardiões do Estado (GDE); Tren de Araguá (Venezuela); Estado Maior Central (ECM, da Colômbia); Ex-Farc Acácio Medina (Colômbia). Rota do tráfico e modo de atuação favoreceu o CV, indica pesquisador Segundo David Marques, gerente de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a presença maior do Comando Vermelho na região é justificada pela descentralização, enquanto o PCC, por exemplo, centraliza as decisões em seus chefes de São Paulo. "O PCC, nesses outros territórios, está muito mais interessado em fazer parcerias com organizações locais e nos fluxos mais macro, do atacado do tráfico. Enquanto o Comando Vermelho tem o interesse pelo atacado também e, para isso, é muito importante o controle territorial", afirma. Presença das facções nos estados A presença nos estados varia de acordo com a localidade: quanto mais próximo da fronteira com outros países da América do Sul, mais forte a presença. Veja baixo: Acre: 22 de 22 municípios (100%); Amapá: 10 de 16 (62,5%); Amazonas: 25 de 62 (40%); Maranhão (parte amazônica): 53 de 181 (29%); Mato Grosso: 92 de 141 (65%); Pará: 91 de 144 (63%); Rondônia: 21 de 52 (40%); Roraima: 13 de 15 (80%); Tocantins: 17 de 139 (12%). Assassinato de adolescente de 16 anos em abril de 2025 por membros de facção em Macapá Jorge Júnior/Rede Amazônica Facções criminosas atuam em 62% das cidades do Amapá, revela estudo do FBSP Arte g1 Veja o plantão de últimas notícias do g1 Amapá VÍDEOS com as notícias do Amapá:

FONTE: https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2025/11/19/faccoes-criminosas-atuam-em-62percent-das-cidades-do-amapa-revela-estudo-do-fbsp.ghtml


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