Veterinário de fábrica que fornecia alimento a escolas do AC é condenado por vender carne imprópria
De acordo com investigação, produção ocorria sem condições de higiene, rótulos irregulares e era armazenada sem identificação
Arquivo/MP-AC
O veterinário Felipe Alexandre Vaz foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão e pagamento de 43 dias-multa por produzir e comercializar carne seca imprópria para consumo em uma fábrica de Rio Branco. Cabe recurso da decisão, assinada pelo juiz Flávio Mariano Mundim, que foi proferida no último dia 29.
Vaz foi representado pela Defensoria Pública do Acre (DPE-AC), que costuma não manifestar sobre os casos. O g1 não conseguiu contato com Vaz. Um outro réu que atuou na empresa foi inocentado das acusações.
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💡 De acordo com o Código Penal, o "dia-multa" é o valor unitário a ser pago pelo réu a cada dia de multa determinado pelos magistrados.
A condenação é resultado de uma denúncia feita em junho de 2024, quando mais de 3 toneladas de carne foram apreendidas em empresa que fornecia alimento a escolas do estado. A sentença concedeu a Vaz o direito de recorrer em liberdade.
De acordo com a investigação do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (IDAF) e a Vigilância Sanitária, a empresa adulterava as carnes com o uso de sal mineral bovino, produto veterinário formulado para as necessidades nutricionais de animais.
Relembre no vídeo abaixo a apreensão que culminou na condenação do veterinário.
Mais de 3 toneladas de carne imprópria para consumo são apreendidas em fábrica no Acre
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À época, a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Esportes (SEE-AC) informou que não possuía contrato com a empresa envolvida na apreensão de carne clandestina e que segue todos os protocolos de recebimento e armazenamento dos alimentos.
Ainda segundo a perícia, foi contestado que a higienização e armazenamento dos charques descumpriam normas sanitárias. Além da merenda escolar, as carnes também eram comercializadas em supermercados.
"Não há dúvidas que a matéria prima utilizada (carne industrial e sal mineral) são impróprias para a finalidade que estavam sendo destinadas. Como se não bastasse, a higiene do local caracteriza a inapropriedade do consumo humano de qualquer produto fabricado naquele local", ressaltou o magistrado.
Conforme o processo, Vaz admitiu o uso inadequado dos produtos para industrialização das carnes, mas ainda assim, negou que o produto estivesse contaminado.
Reveja os telejornais do AcreFONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2025/11/12/veterinario-que-fornecia-alimento-a-escolas-do-ac-e-condenado-por-vender-carne-seca-impropria.ghtml